o que estamos virando?
poços de paixão, de ódio?
eu estou lendo Admirável Mundo Novo e não vou lembrar do trecho exato, mas se não me engano é quando um diretor, em uma visita guiada a um 'centro de reprodução', conta aos alunos que as pessoas do passado eram vivíparas. ele fala sobre a família, sobre o apego com a mãe e sobre os sentimentos humanos.
não vou lembrar das palavras bonitas de Huxley, mas lembro que ele fala que essa "paixão" dos humanos antigos foi responsável pela falta de foco, pela ruína.
a paixão na internet pode ser mais ou menos isso. bom, eu acho.
ninguém consegue mais debater. ninguém mais observa os fatos. ninguém mais fica quieto, refletindo até se posicionar.
tudo é sim ou não.
tudo é amor ou ódio.
parece que a gente nunca teve a capacidade de discutir e respeitar a diversidade. vi esse video do trecho de uma entrevista com Bertrand Russel e até chorei.
essa paixão desenfreada tem destruído amizades.
e nem vou mencionar na disseminação de ódio deliberada que acontece nas redes sociais. é uma necessidade absurda de fazer um ode a repulsa de um grupo de pessoas. é uma necessidade agoniante de usar termos pejorativos. tudo sob a desculpa da liberdade de expressão ou sob o capuz do "humor irreverente".
isso tudo é bem triste.
em um evento de família que não pude atender, dois tios absurdamente religiosos derramaram uma enxurrada de chorume. eles são dessas igrejas evangélicas em que se confunde Estado de Israel e povo hebreu. onde as pessoas tem uma tara inexplicável com o Judaismo. alguns usam kipá, exibem símbolos relacionados (menorá, estrela de Davi, etc) em algumas cerimônias. enfim, coisas desse tipo que não sei como viraram moda. parece até manobra dos protestantes mais conservadores dos EUA, que acabam atendendo interesses políticos do país (que ganha com o conflito entre palestinos e israelenses).
bom, esses tios começaram a dizer que Israel estava só se defendendo. e que o Estado era maravilhoso-com-sistema-de-irritação-resorts-povo-de-Deus. enfim, os dois repetiam um punhado de frases feitas. até o filho de 13 anos deles repetia tudo, como num script, como se tivesse ouvido gravações repetidas centenas de vezes enquanto dormia (Huxley, mais uma vez). o menino deve ter ficado horrorizado ao notar que seu papai-pastor-que-não-pode-ser-contestado estava naquele momento exatamente sendo contestado.
gente formada em lote, tudo igual.
triste. triste ver gente dando posicionamento sobre coisas das quais desconhece. ignorando os mortos e feridos de guerra do lado palestino. ignorando todo sofrimento que os israelenses tem infligido aos palestinos. os concentrando em uma área de elevada densidade populacional e os submetendo à tirania.
lamentável mesmo. triste quando olham as vítimas da guerra de apenas um lado.
daí volto a pensar no vídeo do Betrand Russel. e eu choro.
poços de paixão, de ódio?
eu estou lendo Admirável Mundo Novo e não vou lembrar do trecho exato, mas se não me engano é quando um diretor, em uma visita guiada a um 'centro de reprodução', conta aos alunos que as pessoas do passado eram vivíparas. ele fala sobre a família, sobre o apego com a mãe e sobre os sentimentos humanos.
não vou lembrar das palavras bonitas de Huxley, mas lembro que ele fala que essa "paixão" dos humanos antigos foi responsável pela falta de foco, pela ruína.
a paixão na internet pode ser mais ou menos isso. bom, eu acho.
ninguém consegue mais debater. ninguém mais observa os fatos. ninguém mais fica quieto, refletindo até se posicionar.
tudo é sim ou não.
tudo é amor ou ódio.
parece que a gente nunca teve a capacidade de discutir e respeitar a diversidade. vi esse video do trecho de uma entrevista com Bertrand Russel e até chorei.
essa paixão desenfreada tem destruído amizades.
e nem vou mencionar na disseminação de ódio deliberada que acontece nas redes sociais. é uma necessidade absurda de fazer um ode a repulsa de um grupo de pessoas. é uma necessidade agoniante de usar termos pejorativos. tudo sob a desculpa da liberdade de expressão ou sob o capuz do "humor irreverente".
isso tudo é bem triste.
em um evento de família que não pude atender, dois tios absurdamente religiosos derramaram uma enxurrada de chorume. eles são dessas igrejas evangélicas em que se confunde Estado de Israel e povo hebreu. onde as pessoas tem uma tara inexplicável com o Judaismo. alguns usam kipá, exibem símbolos relacionados (menorá, estrela de Davi, etc) em algumas cerimônias. enfim, coisas desse tipo que não sei como viraram moda. parece até manobra dos protestantes mais conservadores dos EUA, que acabam atendendo interesses políticos do país (que ganha com o conflito entre palestinos e israelenses).
bom, esses tios começaram a dizer que Israel estava só se defendendo. e que o Estado era maravilhoso-com-sistema-de-irritação-resorts-povo-de-Deus. enfim, os dois repetiam um punhado de frases feitas. até o filho de 13 anos deles repetia tudo, como num script, como se tivesse ouvido gravações repetidas centenas de vezes enquanto dormia (Huxley, mais uma vez). o menino deve ter ficado horrorizado ao notar que seu papai-pastor-que-não-pode-ser-contestado estava naquele momento exatamente sendo contestado.
gente formada em lote, tudo igual.
triste. triste ver gente dando posicionamento sobre coisas das quais desconhece. ignorando os mortos e feridos de guerra do lado palestino. ignorando todo sofrimento que os israelenses tem infligido aos palestinos. os concentrando em uma área de elevada densidade populacional e os submetendo à tirania.
lamentável mesmo. triste quando olham as vítimas da guerra de apenas um lado.
daí volto a pensar no vídeo do Betrand Russel. e eu choro.