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lá pelos anos 90 - quando eu era adolescente - existia uma uma guerrinha entre pagodeiros e roqueiros. lembro que conjuntos de pagode como SPC e Katinguelê estavam no auge. roqueiros curtiam coisas que 'não faziam sucesso' e se sentiam 'superiores' aos pagodeiros. achavam q eram melhores, que tinham um gosto musical refinado, isso e tal.

alguns pagodeiros também se sentiam 'melhores' que aqueles cabeludos e tal, mas o sentimento de superioridade era bem mais pronunciado dentre os roqueiros. hoje vejo que existia também um classismo nisso tudo, já que normalmente quem ouvia pagode era a galera pobre da periferia. ok, havia roqueiros na periferia, mas eles se achavam mais 'cultos' que os pagodeiros, de um modo geral.

e de um modo geral, era mais ou menos por aí.

eu era 'roqueira' na época e tinha esse pensamento. outro dia eu estava jogando umas coisas fora quando achei uma lista de 1998. na lista, eu escrevia coisas que amava e coisas q odiava. na lista de 'coisas para odiar' estavam 'pagodeiros' e 'biscates/putas'. babaca², era eu. além de tudo, machista. zerei a babaquice e sorte minha a internet não ser tão amplamente utilizada na época, certamente passaria vergonha (ou uma vergonha mais abrangente, por assim dizer) com minhas colocações.

hoje olho para trás e não me reconheço. sorte minha ter evoluído. acho que a idade para ser babaca é adolescência. atingi o apogeu da babaquice na adolescência para hoje ser um adulto melhor. desconfio de adolescentes coerentes, adolescentes 'bonzinhos', que não fazem merda e se acham maduros.

acredito que o adolescente babaca de hoje pode ser a pessoa melhor amanhã.

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